No inicio do processo de colonização no Brasil, não havia trabalhadores suficiente para realizar trabalhos manuais pesados. Logo a alternativa escolhida pelos portugueses foi a de trazer negros vindos do continente africano para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia.
Os africanos foram trazidos nos porões dos navios negreiros, muitos morreram devido às péssimas condições em que eles foram mantidos durante a viagem. E quando chegaram ao Brasil eram vendidos para fazendeiros e senhores de engenho, que tratavam os negros de maneira desumana. A escravidão permaneceu por quase 300 anos de violência e exploração, e o principal motivo que manteve o sistema escravista foi à economia.
Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que tinha Joaquim Nabuco como principal líder na luta pela libertação dos negros. A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei. No ano de 1885, foi promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade. Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país, apesar desse importantíssimo marco em nosso processo histórico os negros ainda se deparam com o preconceito racial, que ainda se encontra presente em nossa sociedade.
Após séculos de escravidão, o que se viu pós-abolição foi à formação e o desenvolvimento de um país que segregou e segrega os negros da sociedade, os privando de seus direitos. Podemos notar que nossa sociedade herdou o racismo desde aquela época marginalizando os negros, notamos que não são os negros que exercem os grandes cargos em nossa sociedade, porém são os negros que compõe a maior parte da população carcerária, e a maioria a sofrer violência policial, isso retrata uma visão do negro como um potencial criminoso.
Mesmo diante de tanta dificuldade a cultura negra continua resistindo, sendo encontrada nos saraus, samba, religiões afro-descendentes, hip-hop, literatura e entre outras.
Termino essa reflexão com um trecho da música do lendário Mano Brow, racionais.
Tem que acreditar. Desde cedo à mãe da gente fala assim: 'Filho, por você ser preto, você tem que ser duas vezes melhor.' Aí passado alguns anos eu pensei: Como fazer duas vezes melhor, se você tá pelo menos cem vezes atrasado pela escravidão, pela história, pelo preconceito, pelos traumas, pelas psicoses... por tudo que aconteceu? duas vezes melhor como ? Ou melhora ou ser o melhor ou o pior de uma vez. E sempre foi assim. Você vai escolher o que tiver mais perto de você, o que tiver dentro da sua realidade. Você vai ser duas vezes melhor como? Quem inventou isso aí? Quem foi o pilantra que inventou isso aí ? Acorda pra vida rapaz" Sempre fui sonhador, é isso que me mantém vivo, Quando pivete meu sonho era ser jogador de futebol, vai vendo. Mas o sistema limita nossa vida de tal forma que tive que fazer minha escolha, sonhar ou sobreviver. Os anos se passaram e eu fui me esquivando do ciclo vicioso porém, o capitalismo me obrigou a ser bem sucedido. Acredito que o sonho de todo pobre, é ser rico.